segunda-feira, 21 de julho de 2014

A Viagem Pela História dos Jardins. Parte II

Os Jardins do Egito e da Pérsia

Tendo em vista o clima quente e árido do nordeste da África o papel dos jardins do Egito sempre foi de extrema importância para manter a boa qualidade de vida da população egípcia.  Quando a prosperidade deu espaço para as Artes como a arquitetura e a escultura, o paisagismo também acompanhou esse desenvolvimento.
As características dos jardins egípcios seguiam os mesmo princípios utilizados na arquitetura da época: jardins rigorosamente simétricos e afinados com os quatro pontos cardeais.
As plantas mais utilizadas na época eram: palmeiras nativas, figueiras, videiras e diversas plantas aquáticas, pois um ponto distintivo dos jardins egípcios era a presença de um tanque de água. Toda a disposição das plantas era feita ao redor de um ou vários lagos. E de acordo com relatos históricos, esses lagos podiam ser enormes, na IV dinastia, no palácio do Faraó Seneferu (2630 a.C. e 2609 a.C.) havia um tanque artificial com dimensões suficientes para que o Faraó navegasse acompanhado de jovens remadoras com roupas diáfanas.
Nos túmulos de figuras importantes do mesmo período, foram encontradas pinturas com representações de cenas de jardins, pois eles eram símbolo da vida após a morte. Uma dessas cenas bem representativas é a do túmulo de Nebamun, da XVIII dinastia (155o a.C e 1307 a.C) que podemos ver ao final da postagem. A cena parece mostrar um jardim que possivelmente pertenceu a Nebamun e é de um realismo incrível, mostrando uma piscina com pássaros, flores de lótus, peixes e papiros bordando a margem. Também se distinguem palmeiras, figueiras, mandragoras e tamareiras. Essa última era considerada uma árvore da vida e que tinha o poder de garantir a passagem para o outro mundo. 

Os Jardins da Pérsia eram tradicionalmente “lugares fechados”, ou restritos aos moradores. A palavra para definir “espaço fechado” em persa antigo era pairi-daeza que se transmitiu na mitologia judaico-cristã com o nome de Paraíso.
O objetivo principal destes jardins era o de procurar a tranquilidade espiritual, mas também eram comumente utilizados como área recreativa (um ponto de reunião dos amigos), de modo a ser, essencialmente, um paraíso na terra. Estes jardins podiam ser construídos de duas formas, a primeira de modo formal onde se prevalecia a estrutura ou de modo muito informal onde o jardim era centrado nas plantas, mas sempre respeitando algumas regras simples de concepção, como a intenção de maximizar tudo aquilo que o jardim podia oferecer.

Estima-se que a origem dos jardins persas data de 4000 a.C.. As cerâmicas da época revelam a preferência de desenhos em formato de cruz nos jardins. Podemos visualizar o conceito persa de um jardim ideal, no imponente Taj Mahal, um dos maiores jardins persas do mundo.

Cena representativa pintada no túmulo de Nebamun
Taj Mahal


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